Cachorro Engasgado: O que fazer?

Ver um cachorro engasgado é uma experiência angustiante para qualquer tutor. O animal pode ficar desesperado, ofegante, e em casos graves, até perder a consciência. Saber reconhecer os sinaisagir corretamente e prevenir futuros acidentes é essencial para garantir a segurança do seu pet.

Neste artigo você encontrará:
Sinais claros de engasgo (não ignore tosses persistentes!)
Causas mais comuns (de brinquedos perigosos a doenças respiratórias)
Passo a passo detalhado para desengasgar (incluindo a Manobra de Heimlich adaptada para filhotes, cães pequenos, médios e grandes)
Quando a água ajuda (e quando piora)
Riscos e complicações pós-engasgo (por que levar ao vet mesmo após resolver?)
Prevenção eficaz (comedouros lentos, brinquedos seguros e mais)

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1. Como saber se o cachorro está engasgado?

Um cachorro engasgado pode apresentar comportamentos que variam de leves a graves. Os sinais mais comuns são:

Tosse persistente ou engasgos repetidos (como se algo estivesse preso na garganta)
Dificuldade para respirar (respiração ofegante, ruídos estranhos, boca aberta sem latir)
Agitação extrema (esfregar o focinho no chão, patas no rosto, inquietação)
Gengivas pálidas ou azuladas (sinal de falta de oxigênio – emergência!)
Perda de consciência (em casos graves de obstrução total)

Por que esses sinais aparecem?
Quando um objeto ou alimento obstrui parcial ou totalmente as vias aéreas, o cão instintivamente tenta expeli-lo através da tosse. Se não conseguir, a falta de oxigênio leva a alterações como gengivas roxas e desmaio.

 Dica crucial: Se o cão ainda consegue tossir, incentive-o a expelir o objeto naturalmente. Se ele não consegue respirar, aja imediatamente!

2. Por que os cachorros engasgam?

Entender as causas ajuda a prevenir futuros acidentes. Os motivos mais frequentes são:

A. Comportamentais

  • Comer muito rápido – comum em cães ansiosos ou que competem por comida
  • Mastigação inadequada – engolir pedaços grandes sem triturar

B. Objetos perigosos

  • Brinquedos pequenos – bolinhas, pelúcias com enchimento, ossos sintéticos
  • Pedacinhos de ossos naturais – frango, costela
  • Objetos domésticos – moedas, elásticos, plásticos

C. Problemas de saúde

  • Doenças respiratórias – traqueíte, colapso de traqueia
  • Tumores ou inflamações na garganta

Grupos de maior risco:

  • Filhotes – curiosos e mais frágeis.
  • Raças braquicefálicas -Bulldog, Pug, Shih Tzu – têm palato mole alongado
  • Cães destrutivos – que mastigam tudo

3. Passo a passo para desengasgar um cachorro

A. Primeiras ações

Mantenha a calma – Seu cão percebe seu nervosismo, o que pode piorar o estresse.
Verifique a boca – Abra com cuidado e veja se há algo visível.

Não enfie os dedos às cegas (risco de empurrar o objeto mais fundo).

B. Manobra de Heimlich adaptada para cães

A técnica varia conforme o porte do animal:

  • Cães pequenos (até 10 kg):
    • Segure-o com a barriga para cima, apoiado no seu antebraço.
    • Com a outra mão, faça compressões firmes (não bruscas) logo abaixo das costelas.
  • Cães médios e grandes (acima de 10 kg):
    • Posicione-o em pé ou de lado.
    • Abrace o tronco por trás e faça pressão para cima e para dentro (como um “abraço de emergência”).

Para filhotes: Use batidas leves nas costas entre os ombros em vez de compressões. Após o engasgo, mesmo que o filhote pareça bem, leve ao veterinário. Filhotes têm vias aéreas mais estreitas e sensíveis, o que exige avaliação profissional para garantir que não houve dano.

C. Quando a água pode ajudar?

  • Só em casos leves (ex.: comida seca presa).
  • Ofereça pequenos goles e observe se o cão consegue engolir.
  • Nunca force água beber se ele estiver sem ar ou com sinais graves de engasgo ou sufocamento — isso pode piorar a situação

4. Quando levar ao veterinário imediatamente

Alguns casos exigem atendimento profissional urgente:

  • O objeto não sai após tentativas de desengasgo.
  • O cão desmaia ou tem gengivas azuladas.
  • Há sangue na saliva ou vômito persistente.
  • Filhotes e cães idosos (são mais frágeis).

Mesmo após desengasgar: Consulte um veterinário para verificar lesões internas.

5. Prevenção: como evitar engasgos

  • Use comedouros lentos para cães que comem rápido.
  • Evite brinquedos pequenos ou que se despedacem.
  • Corte alimentos em pedaços seguros (não maiores que a boca do cão).
  • Supervise brincadeiras com ossos e mordedores.

6. Mitos perigosos na hora do engasgo

  • Dar pão ou mais comida – Pode empurrar o objeto e piorar a obstrução.
  • Sacudir o cão – Risco de lesões na coluna.
  • Ignorar sintomas leves – Um engasgo pode evoluir rapidamente.

Conclusão: esteja preparado para salvar seu cão

Ter um cachorro engasgado é algo que nenhum tutor deseja passar, mas é fundamental estar preparado. Conhecer os sinais, agir rápido, saber as manobras corretas e procurar atendimento quando necessário são atitudes que salvam vidas.

Se você chegou até aqui, parabéns — agora está mais preparado para cuidar do seu amigo peludo em situações de emergência. Compartilhe esse conteúdo com outros tutores e ajude mais pessoas a se informarem!

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